A Operação Entre Lobos, coordenada pelo Grupo de Atuação Especial de Combate às Organizações Criminosas (Gaeco) em cinco estados, resultou na prisão de seis advogados nesta terça-feira. No total, foram emitidos 13 mandados de prisão e 35 de busca e apreensão em uma investigação que expõe um esquema de fraude contra mais de mil idosos, lesando-os em milhões de reais.
Os mandados foram efetivados em 13 cidades distribuídas entre Alagoas, Bahia, Ceará, Santa Catarina e Rio Grande do Sul, com o judiciário autorizando o bloqueio de até R$ 32 milhões em contas bancárias e a apreensão de 25 veículos. O Ministério Público de Santa Catarina (MPSC), cerne das investigações, identificou preliminarmente 215 vítimas que sofreram perdas diretas de ao menos R$ 5 milhões, porém estima que o prejuízo pode ultrapassar R$ 30 milhões.
O MPSC detalha que os investigados são acusados de integrarem uma organização criminosa de abrangência interestadual, além de incidirem em crimes como estelionato, lavagem de dinheiro e patrocínio infiel, cometido por advogados que agiram contra o interesse de seus clientes.
Os líderes do esquema, cinco advogados, foram presos preventivamente, com apreensões relevantes ocorrendo em Fortaleza, Salvador e Chapecó. Segundo os investigadores, um dos detidos em Chapecó seria o mentor principal, coordenando operações e a abordagem digital das vítimas.
A operação descobriu que idosos eram cooptados por meio do Instituto de Defesa do Aposentado e Pensionista (IDAP), fachada para encaminhar as vítimas ao esquema onde assinavam contratos de cessão de crédito judicial muito abaixo de seus direitos legítimos. Planilhas apreendidas pelo MPSC mostram que, enquanto os advogados lucravam significativamente em cortes judiciais, repassavam menos de 10% desses valores aos idosos ludibriados.
Em casos específicos analisados pelo MPSC, as discrepâncias são alarmantes, como uma vítima que deveria receber R$ 146.327,17, mas obteve apenas R$ 2.500 através das operações fraudulentas realizadas. Em Fortaleza, um montante de R$ 5.106.773,12 destinado a idosos resultou em apenas R$ 503.750 efetivamente distribuídos entre eles.
Para auxiliar no reconhecimento de mais vítimas, o MPSC instiga quem suspeita ter sido prejudicado a contatar a Promotoria de Justiça da Comarca de Modelo através do WhatsApp (49) 99200-7462 ou pelo e-mail da ouvidoria, [email protected], e telefones (48) 3229-9306 ou 127 entre 9h30 e 19h.
[Foto por MPSC/Divulgação]: Imagens divulgadas confirmam a atuação coordenada das equipes do Gaeco durante a deflagração da operação.
Seis advogados são presos por suspeita de lesar mais de mil idosos
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