Brasil Supera Média Global de Vacinação contra HPV
O Brasil destaca-se globalmente com índices de vacinação contra o Papilomavírus Humano (HPV) acima da média mundial, alcançando uma cobertura vacinal de 82% entre meninas de 9 a 14 anos, superando a média global de 12%, conforme divulgação do Ministério da Saúde. Em 2022, esse indicador estava em 78%.
Este avanço inserido no compromisso do país com a Organização Mundial da Saúde (OMS) de atingir a meta de 90% até 2030 visa erradicar o câncer de colo do útero, uma das doenças causadas pelo HPV. Outra estratégia adotada foi expandir a vacinação para os meninos da mesma faixa etária, que viu um aumento significativo de 45,46% para 67,26% em apenas dois anos.
No entanto, um desafio persiste entre os adolescentes de 15 a 19 anos, onde houve identificação de 7 milhões que ainda não receberam a vacina até 2024. Com isso, em fevereiro de 2025, o Ministério da Saúde lançou uma campanha específica para este grupo, priorizando 2,95 milhões de adolescentes de 121 municípios. Até a última atualização, apenas cerca de 106 mil dessa faixa etária foram vacinados.
Juarez Cunha, diretor da Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm) e ex-presidente da entidade, aponta a falta de informação como um dos principais desafios para ampliar a cobertura vacinal. Ele sugere o aumento da comunicação direta com os jovens para enfatizar a importância da vacina na prevenção de doenças graves, como o câncer de colo do útero.
A SBIm destaca ainda a necessidade de reforçar a confiança na vacina e nas instituições de saúde para combater a hesitação em se vacinar e a complacência relacionada às doenças desconhecidas pelo público.
Do ponto de vista da formulação da vacina, o Instituto Nacional de Câncer (Inca) informa que o HPV é responsável por quase todos (99%) os casos de câncer de colo do útero, com um estimado de 17 mil casos novos anualmente no triênio 2023-2025. A vacina, distribuída pelo Sistema Único de Saúde (SUS) desde 2014 e que superou a marca de 75 milhões de doses, também protege contra outros cânceres e verrugas genitais, sendo administrada preferencialmente antes do início da atividade sexual.
Para fortalecer estas iniciativas, o Ministério da Saúde informou que tem ampliado parcerias com sociedades científicas, ONGs e o Ministério da Educação, destacando-se a integração de campanhas educativas em escolas e o combate à desinformação. Em julho, visando ainda mais efetividade, foi sancionada a lei que institui a Política Nacional para Enfrentamento do HPV, que sistematiza esforços para prevenção, detecção e tratamento deste vírus. A colaboração continua a ser um tema chave, como será discutido na Jornada Nacional de Imunizações da SBIm, em setembro em São Paulo.
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