Nova Consciência em Dermatologia: O Avanço no Tratamento e Estudo da Pele Negra no Brasil
O Dr. Thales de Oliveira Rios, após anos de luta contra problemas de acne e manchas decorrentes, encontrou soluções eficazes ao adotar um tratamento dermatológico especializado para pele negra, recomendado por seu colega e dermatologista Dr. Cauê Cedar, responsável pelo Ambulatório de Pele Negra no Hospital Universitário Pedro Ernesto. O acompanhamento diferenciado destacou a importância de um diagnóstico que leva em consideração as características étnicas do paciente, uma área que apenas recentemente começou a ganhar atenção adequada na academia e na indústria de produtos dermatológicos.
Dr. Cedar, com uma carreira dedicada às necessidades específicas de pessoas negras e pardas, observou a falta de materiais educativos direcionados para esses grupos durante sua formação. “Os materiais educativos são majoritariamente voltados para pessoas de pele clara. Isso significa que muitos profissionais não recebem treinamento adequado em como as condições de pele se manifestam diferentemente em pessoas negras,” explica Cedar.
A indústria de dermatologia, tradicionalmente, também falhou em atender às necessidades da população negra. Segundo Cedar, as fórmulas dos protetores solares, por exemplo, não eram adequadas para tonalidades de pele mais escuras, criando barreiras ao uso regular desses produtos essenciais. Felizmente, essa realidade tem mudado à medida que as empresas passaram a reconhecer a diversidade de seus consumidores.
Recentemente, a regional do Rio de Janeiro da Sociedade Brasileira de Dermatologia instituiu um Departamento de Pele Étnica, com Cedar como um dos coordenadores. Regina Schechtman, presidente da regional, enfatiza a importância do desenvolvimento dessa especialização. “É essencial que todos os profissionais de saúde integrem esse conhecimento em sua prática diária para oferecer um diagnóstico preciso e tratamento eficaz para todos os tons de pele,” acrescenta.
O departamento também busca educar médicos sobre como diferentes doenças, incluindo o câncer de pele, se apresentam em diversos grupos étnicos, sublinhando a necessidade de proteção solar para todos, independentemente da pigmentação da pele.
Esta abordagem mais inclusiva e informada é um passo crucial no caminho para um atendimento dermatológico mais competente e justo, que reconhece e celebra a diversidade do Brasil.
(Imagens não disponíveis para atribuição de créditos)
Especialistas defendem atenção específica para saúde da pele negra
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