O Novo Mercado São José, localizado em Laranjeiras, na zona sul do Rio de Janeiro, reabriu suas portas após cinco anos de fechamento. O centenário espaço, que antes sofria com sinais de abandono e deterioração, passa agora por uma fase de renovação que promete reavivar sua tradição como polo gastronômico e cultural da cidade.
O empresário aposentado Luis Sérgio Santos, de 73 anos, foi um dos primeiros a revisitar o local, acompanhado de seu cachorro, Zé. Santos, que já frequentava o mercado antes de seu fechamento, compartilhou sua satisfação com as melhorias: “Era um imóvel com características muito antigas, estilo colonial. Agora está mais confortável, moderno e bem estruturado. Voltarei a frequentar e será excepcional se tiver uma programação musical,” observou.
Luiza Gotin, farmacêutica de 39 anos e moradora do bairro desde 2020, também teve a chance de conhecer o revitalizado Mercado São José. “Fiquei muito feliz com a revitalização porque trouxe mais segurança e espaço para interação, com restaurantes e espero, atividades culturais,” comentou Gotin.
A reabertura foi possível após a Prefeitura do Rio adquirir o prédio e o terreno adjacente em 2023 por R$ 3 milhões. A Companhia Carioca de Parcerias e Investimentos (CCPar) realizou uma chamada pública, selecionando um consórcio liderado pela Engeprat com a curadoria da Junta Local para administrar o espaço pelos próximos 25 anos, com um investimento privado de R$ 10 milhões.
Atualmente, o mercado conta com 16 empreendimentos, incluindo hortifruti orgânico, queijaria, confeitaria autoral, cozinha árabe, café especial, massas artesanais, sorvetes veganos, fermentados, além de bares e restaurantes. O espaço funciona de terça-feira a domingo, das 10h às 22h, na Rua das Laranjeiras, 90.
Além dos gastrônomos locais, o mercado tem atraído novos empreendedores. Mauricio Borges, de 28 anos, co-fundador do restaurante Basta, especializado em massas, e sua sócia e ex-professora, Ellen Gonzalez, viram uma oportunidade de abrir seu primeiro negócio físico no mercado. “Tem ficado bem cheio. Nossa expectativa é muito boa, estamos aumentando a nossa equipe e contratando mais gente,” revelou Borges.
O mercado, inaugurado em 1944 e tombado como Patrimônio Cultural do Rio em 1994, já foi senzala e celeiro durante o Império. Com a revitalização, espera-se não somente restaurar sua infraestrutura, mas também seu papel como um vibrante espaço de convivência e troca cultural na cidade. As imagens da reinaguração, capturadas por Tânia Rêgo da Agência Brasil, mostram a nova face de um dos mercados mais tradicionais do Rio de Janeiro.
Rio ganha mais opções gastronômicas com mercado em Laranjeiras
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