O continente americano não é mais considerado uma região livre da transmissão endêmica do sarampo, conforme declarado pela Organização Pan-Americana de Saúde (Opas). Esta decisão acontece após a constatação de circulação sustentada do vírus no Canadá por um período de 12 meses.
O diretor da Opas, Jarbas Barbosa, em coletiva de imprensa, explicou que a perda do certificado de erradicação do sarampo numa única nação implica a perda para toda a região americana. No entanto, ele destacou que esta situação é reversível e que com esforços concentrados e campanhas de vacinação eficazes a certificação pode ser reconquistada.
Até o momento, dez países nas Américas têm relatos confirmados da doença, totalizando 12.596 casos, dos quais 95% foram registrados no Canadá, México e Estados Unidos. A gravidade da situação é ainda mais evidenciada pelo aumento exponencial dos casos em relação ao ano anterior, além das 28 mortes já registradas.
Surtos ativos foram identificados em sete países, incluindo Bolívia, Brasil, Paraguai e Belize, majoritariamente devido a casos importados. Notavelmente, o sarampo, uma das mais perigosas doenças infecciosas e anteriormente uma das principais causas de mortalidade infantil, havia sido controlado significativamente pela vacinação até recentemente.
No Brasil, apesar dos registros de casos em 2025, o país preserva seu status de livre do sarampo. Os casos confirmados estão geograficamente distribuídos e incluem um surto significativo em Campos Lindos, Tocantins, originado por visitantes da Bolívia e propagado localmente entre grupos com baixa cobertura vacinal.
A situação requer uma vigilância constante e a implementação de medidas preventivas, principalmente o aumento da cobertura vacinal que, atualmente, mostra uma desaceleração preocupante na aplicação da segunda dose da vacina. A situação no Brasil e no continente exige atenção contínua às políticas de saúde pública para evitar retrocessos no controle do sarampo.
A vacina contra o sarampo está disponível gratuitamente através do Sistema Único de Saúde (SUS) e faz parte do calendário básico de vacinação infantil. A imunização está recomendada para todas as pessoas com idade inferior a 59 anos que não possuem registro de vacinação completa.
Este contexto alarmante ressalta a urgência de campanhas de conscientização e vacinação para prevenir mais casos e surtos, garantindo a saúde pública em todo o continente.
Créditos das imagens: agenciabrasil.ebc.com.br.
Continente americano perde certificação de eliminação do sarampo
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