O Brasil registrou a geração de 81,6 milhões de toneladas de resíduos sólidos urbanos (RSU) em 2024, apresentando um aumento de 0,75% em comparação a 2023. Desse total, 76,4 milhões de toneladas foram coletadas, com 41,4 milhões direcionadas a aterros sanitários, conforme revela o Panorama dos Resíduos Sólidos no Brasil 2025, divulgado pela Associação Brasileira de Resíduos e Meio Ambiente (Abrema).
A produção de RSU per capita no país atingiu uma média anual de 384 quilos por habitante, ou aproximadamente 1,241 kg diariamente. A melhoria na gestão dos resíduos é notável, ainda que 40,3% do total produzido continue sendo descartado inadequadamente, uma leve melhora em relação ao índice de 41,5% do ano anterior.
Pedro Maranhão, presidente da Abrema, destaca o desafio continuado em eliminar o uso de lixões, que ainda representam uma real ameaça à saúde pública, apesar das proibições legais. O relatório anual também aponta avanços significativos no setor de reciclagem, com 7,1 milhões de toneladas de resíduos secos reciclados, representando 8,7% do total de RSU gerado.
Um aspecto inovador deste ano foi a inclusão de dados sobre reciclagem bioenergética, considerando a transformação de resíduos orgânicos e de difícil reciclagem em energia. Antônio Januzzi, diretor técnico da Abrema, explicou que esta metodologia contribui para um aproveitamento mais abrangente dos materiais.
Além disso, o panorama aborda a logística reversa no Brasil, citando a incorporação de mais materiais sob o novo Decreto 12.688/2025, conhecido como Decreto do Plástico, que amplia a responsabilidade sobre o ciclo de vida dos produtos.
O relatório também menciona a posição da Confederação Nacional de Municípios (CNM), que apela por mais suporte técnico e financeiro da União e dos estados para ajudar municípios, especialmente os de menor porte, a encerrar os lixões e implementar aterros sanitários seguindo padrões técnicos adequados. A CNM realça ainda a importância de considerar as particularidades regionais para a efetiva implementação dessas soluções.
Os estudos apontam que a geração de energia a partir de resíduos é economicamente viável principalmente para municípios ou consórcios com população superior a 300 mil habitantes. A confederação adverte que a priorização da geração de energia não deve excluir a atividade de catadores, ressaltando a necessidade de uma abordagem que integre inclusão social e sustentabilidade ambiental.
Esta matéria foi atualizada com informações adicionais fornecidas pela CNM.
(Fonte: Agência Brasil)
Produção de resíduos cresce em 2024; destinação adequada melhora
Meio Ambiente

