Na 17ª Cúpula do Brics realizada no Rio de Janeiro, os líderes reiteraram o apoio à solução de dois Estados para resolver o longo conflito entre israelenses e palestinos. Apesar da defesa histórica deste modelo, a cúpula também enfrentou divergências evidentes, destacando-se a posição do Irã, que descreveu a ideia como “irreal” e defendeu um Estado único que integre judeus, cristãos e muçulmanos.
A declaração final enfatizou o apoio à “adesão plena do Estado da Palestina às Nações Unidas”, defendendo um Estado palestino “soberano, independente e viável dentro das fronteiras de 1967”. O texto também pediu a retirada completa de Israel de territórios ocupados, como a Faixa de Gaza, a Cisjordânia e Jerusalém Oriental. Além disso, condenou ataques recentes e a obstrução de ajuda humanitária por parte de Israel, apelando para um cessar-fogo imediato e a libertação de reféns.
Em paralelo, o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, discutiu nos Estados Unidos com o presidente Donald Trump alternativas para o futuro dos conflitos em Gaza, incluindo uma controversa proposta de emigração em massa dos palestinos deste território, proposta rejeitada pelos países do Brics.
Os conflitos no Oriente Médio continuam complexos e carregados de implicações históricas profundas. Desde a partição proposta pela ONU em 1947, que levou à criação do Estado de Israel e ao consequente deslocamento massivo de palestinos, a região vive em uma constante tensão política e humanitária. O engajamento do Brics reflete uma preocupação contínua com a estabilidade e a justiça na região, apesar das diferentes visões entre seus membros sobre a forma mais efetiva de alcançar a paz. A situação em Gaza permanece particularmente delicada, onde a disputa territorial segue influenciando severamente a vida de milhões de pessoas.
Brics pede solução de dois Estados e fronteira de 1967 para Palestina
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