Durante a abertura do seminário “Democracia: Substantivo Feminino”, nesta segunda-feira (24), a ministra Cármen Lúcia, presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e membro do Supremo Tribunal Federal (STF), destacou a persistente desigualdade, discriminação e preconceito contra mulheres e crianças no Brasil, a despeito do quadro de direitos garantidos pela Constituição. A ministra ressaltou esse cenário na véspera do Dia Internacional para a Eliminação da Violência Contra as Mulheres, instituído pela ONU e que se estende por 16 dias de ativismo.
Ao discursar, Cármen Lúcia enfatizou que, apesar de todas as brasileiras estarem sujeitas a formas de violência, as mulheres negras, especialmente aquelas com menor acesso a recursos econômicos e serviços públicos como educação, são historicamente as mais afetadas. Esta situação de vulnerabilidade é uma das razões pelas quais o Brasil instituiu os 21 Dias de Luta contra a Violência à Mulher, começando no Dia da Consciência Negra, em 20 de novembro.
Cármen Lúcia expressou a importância da voz feminina na sociedade e a necessidade de aprender com as experiências das mulheres da sociedade civil. “Ouvir as mulheres, aprender e propor ações conjuntas são passos essenciais para fortalecer a democracia sem desigualdades e violência”, disse a ministra, enfatizando o lema “juntas somos mais”.
A presidente do TSE também chamou atenção para a continuidade da luta pela igualdade, apesar da constitucionalização da mesma. Ela lamentou a realidade alarmante de uma mulher ser assassinada a cada seis horas no país, um indicador de que a igualdade formal ainda não se traduziu em igualdade real.
Ao final do evento, Cármen destacou a importância da inclusão dos homens no diálogo sobre igualdade de gênero, visando uma sociedade equitativa, onde homens e mulheres possam ter seus direitos igualmente respeitos e dignificados. Ela reforçou o objetivo comum de construir um futuro onde humanos de todos os gêneros possam ter direitos e dignidades igualmente respeitados.
Cármen Lúcia ressalta gravidade da violência contra mulheres negras
Educação

