O Desafio da Chikungunya no Brasil e a Questão da Vacina
Mais de uma década após a identificação dos primeiros casos no país, o vírus da chikungunya continua a preocupar o Brasil, como evidencia Viviane Machicado Cavalcante, presidente da Sociedade Baiana de Reumatologia (Sobare), durante o Congresso Nacional de Reumatologia em Salvador. A especialista salientou a necessidade de se controlar os mosquitos Aedes aegypti e Aedes albopictus, vetores da doença, em uma região com desafios de saneamento básico e escassez de recursos no sistema de saúde público. Viviane destacou a importância do acompanhamento adequado aos pacientes, especialmente em áreas com insuficiência de ambulatórios.
A Organização Pan-Americana da Saúde (Opas) manifestou preocupação com surtos de chikungunya nas Américas, reportando 212.029 casos suspeitos e 110 mortes até agosto de 2025, com a maioria dos casos na América do Sul. No Brasil, até setembro do mesmo ano, foram confirmados 121.803 casos e 113 mortes, com o Nordeste como um dos principais epicentros.
No setor de desenvolvimento de vacinas, o Instituto Butantan, em parceria com a Valneva, desenvolveu um imunizante contendo uma versão viva atenuada do vírus, aprovada pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para uso em indivíduos acima de 18 anos. Contudo, após relatos de efeitos adversos graves nos Estados Unidos, a Food and Drug Administration (FDA) suspendeu a licença da vacina, levando a uma possível reavaliação pela Anvisa.
(Créditos da imagem: Agência Brasil)
A chikungunya é uma doença viral caracterizada por febre alta e dores intensas nas articulações, podendo causar complicações crônicas. A prevenção primordial continua sendo o combate ao mosquito, enfatizando a eliminação de locais de reprodução como água estagnada em recipientes ao ar livre.
- A reportagem foi realizada com o apoio da Sociedade Brasileira de Reumatologia (SBR).
Chikungunya traz preocupações após uma década de presença no Brasil
Saúde