Autoridades da Abin prestam depoimento sobre operações de espionagem durante gestão Bolsonaro
Na tarde desta quinta-feira (17), em Brasília, o diretor-geral da Agência Brasileira de Inteligência (Abin), Luiz Fernando Corrêa, junto com o ex-diretor adjunto Alessandro Moretti, foram ouvidos pela Polícia Federal (PF) em uma sessão de depoimentos que durou aproximadamente cinco horas. A investigação, que segue sob segredo de Justiça, examina as supostas atividades ilegais de espionagem conduzidas pela Abin no período do governo do ex-presidente Jair Bolsonaro.
As investigações apuram alegações de que a Abin tenha sido utilizada para monitorar ilegalmente autoridades públicas, incluindo ações contra autoridades do Paraguai durante negociações bilaterais envolvendo a usina hidrelétrica de Itaipu, que é operada conjuntamente pelo Brasil e pelo Paraguai. Essas operações foram descobertas por investigadores da PF e vieram a público através de uma reportagem do portal Uol. Segundo a PF, tal espionagem envolveu membros da corporação, servidores da Abin e outros atores que possivelmente formaram uma organização criminosa.
O caso se estendeu até março de 2023, quando, segundo o Itamaraty, a Abin, sob uma gestão interina, abortou as atividades de espionagem assim que tomou conhecimento delas. A instituição também enfatizou que o atual diretor-geral da Abin, Luiz Fernando Corrêa, só assumiu o cargo oficialmente em 29 de maio de 2023, após a aprovação de seu nome pelo Senado Federal, deixando claro que as operações questionadas começaram e terminaram sob a gestão anterior.
As autoridades brasileiras, especificamente o Itamaraty, negaram qualquer envolvimento do governo atual do presidente Luiz Inácio Lula da Silva com as atividades de espionagem dirigidas ao Paraguai, esclarecendo que essas ações são relativas à administração anterior. A investigação da PF segue em andamento, visando esclarecer completamente os episódios reportados e as responsabilidades envolvidas.
Atual e ex-diretor da Abin depõem à PF sobre suposta espionagem ilegal
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