O Cine Odeon, coração cultural do Rio de Janeiro, foi o cenário para a cerimônia de encerramento do 27º Festival do Rio neste domingo, atraindo uma multidão de entusiastas do cinema. Coordenado pelos atores Clayton Nascimento e Luisa Arraes, o evento celebrou o robusto cinema brasileiro com a reintrodução dos prêmios do voto popular.
Durante dez intensos dias, o festival apresentou mais de 300 filmes, com um destaque especial para as 120 produções nacionais, abrangendo estreias, retrospectivas e competições. Este ano, o festival viu um recorde de 140 mil participantes, consolidando seu status como um dos mais significantes encontros culturais da América Latina.
A diretora do Festival, Ilda Santiago, destacou a importância do evento como um ponto de encontro vital para cineastas e público, enaltecendo o festival como uma celebração da diversidade do audiovisual. “O Festival do Rio segue como um espaço essencial para o encontro entre realizadores e plateia, uma festa da diversidade de olhares e vozes”, disse Santiago em entrevista.
No coração das premiações, “Pequenas Criaturas” de Anne Pinheiro Guimarães levou o Troféu Redentor de Melhor Longa de Ficção. A diretora compartilhou sua emoção, enfatizando o impacto pessoal e coletivo do filme: “Foi muito emocionante. É uma obra sobre maternidade, saudade e o tempo”, relatou Guimarães.
Em outros destaques, o documentário “Apolo”, co-dirigido por Tainá Müller e Ísis Broken, conquistou o prêmio de Melhor Documentário. Müller, estreando na direção, expressou a significância do reconhecimento: “É uma emoção imensa e uma validação muito importante para a diversidade e para dar voz a quem é marginalizado”, afirmou após a vitória.
Com uma forte presença feminina, o festival não só honrou filmes dirigidos por mulheres, como também homenageou atrizes que trouxeram questões perspicazes através de suas performances. Leandra Leal recebeu uma menção especial junto à Ângela Leal por “Nada a Fazer”, e Diva Menner foi aclamada como Melhor Atriz Coadjuvante por “Ruas da Glória”, dedicando seu prêmio às travestis pretas e suas ancestrais.
Além da competição nacional, o festival também abriu espaço para o cinema internacional, com categorias adicionais do voto popular. O cenário se tornou uma plataforma de troca entre veteranos e novos talentos, reafirmando o festival como um espaço de resistência e celebração da arte. Walkiria Barbosa, uma das diretoras do evento, reforçou: “O Festival é mais do que uma vitrine — é um espaço de resistência, de encontro e de celebração da arte.”
Com uma diversidade de vozes e histórias, o Festival do Rio confirmou sua missão de impulsionar e celebrar a filmografia brasileira frente a um cenário global, reiterando seu papel crucial no panorama cultural do país e no cenário internacional do cinema.
Festival do Rio mostra força e a diversidade do cinema nacional
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