No coração da luta ambiental e social, Ângela Maria Feitosa Mendes continua o legado de seu pai, Chico Mendes, como voz ativa na defesa da Amazônia e de suas comunidades. A ativista lidera o Comitê Chico Mendes, uma organização que mantém viva a memória de seu pai, assassinado em 1988, e promove a proteção ambiental e os direitos humanos. Aos 81 anos, o legado de Chico Mendes ainda inspira iniciativas de conservação e justiça social em todo o Brasil, particularmente através do Comitê e do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), responsável pelas Unidades de Conservação federais.
Ângela recentemente participou da 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP30) em Belém, onde se destacou por suas críticas à exploração de petróleo e sua visão sobre as políticas ambientais atuais. O Comitê Chico Mendes, criado na noite do assassinato de seu pai, hoje também investe na formação de jovens e mulheres nas Reservas Extrativistas (Resex), especialmente na Resex Chico Mendes no Acre, inspirando-se em uma carta futurista escrita por Chico Mendes.
Este ano, a COP30 também se tornou um palco para debates e reivindicações intensas por parte das comunidades tradicionais, que pedem maior inclusão e reconhecimento nos processos de tomada de decisão ambiental. Entre os eventos marcantes da conferência, destacaram-se o Porongaço e a Marcha Mundial pelo Clima, que salientaram a urgência da crise climática e a necessidade de soluções inclusivas.
[Foto: Angela Mendes na COP30. Crédito da foto: Bruno Peres/Agência Brasil]
A entrevista de Ângela Mendes para a Agência Brasil não só evidenciou os esforços contínuos em honrar o trabalho de seu pai, mas também refletiu sobre os desafios e avanços nas políticas ambientais, especialmente na era pós-Bolsonaro. O debate sobre as ações ambientais e a inclusão de povos indígenas e comunidades tradicionais nas estratégias de conservação persistem como temas cruciais nos diálogos nacionais e internacionais sobre o meio ambiente.
A trajetória de Chico Mendes e o trabalho atual de Ângela exemplificam a inseparabilidade entre a luta pelos direitos humanos e a conservação ambiental, reforçando a importância das reservas extrativistas e das políticas públicas eficazes nesse contexto.
Filha de Chico Mendes defende protagonismo de povos da floresta na COP
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