Na Floresta Amazônica, árvores gigantes como o angelim-vermelho (Dinizia excelsa), que pode alcançar mais de 80 metros de altura, desempenham um papel crucial no equilíbrio ambiental e na mitigação das mudanças climáticas. No Dia da Amazônia, celebrado nesta sexta-feira, especialistas ressaltam a importância da preservação desses titãs naturais e os serviços ecológicos que eles prestam, tais como a absorção intensa de CO₂ e a regulação do ciclo das chuvas.
Descobertas recentes, realizadas em 2019, revelaram a existência do angelim-vermelho de até 88,5 metros de altura em Almeirim, no Pará, despertando ampla curiosidade científica e esforços de conservação. Nessa região e ao longo do Rio Jari, foram identificados cerca de 20 exemplares com altura superior a 70 metros, elevando a necessidade de estudos e proteção efetiva dessas árvores.
Pesquisadores como Diego Armando Silva, do Instituto Federal do Amapá (IFAP), destacam que esses gigantes podem absorver o dobro do carbono comparado às árvores de menor porte, potencializando seu papel na regulação climática. Estudos de datação indicam que as idades dos angelins-vermelhos podem variar entre 400 e 500 anos.
A preservação dessas árvores enfrenta desafios significativos como a exploração madeireira e a localização fora de unidades de conservação protegidas. A Fundação Amazônia Sustentável, que divulgou fotos das árvores gigantes, aponta que muitas delas estão em territórios com proteção ambiental insuficiente. A nova unidade de conservação, Parque Estadual Ambiental das Árvores Gigantes da Amazônia (Pagam), foi criada para ampliar a proteção, mas ainda enfrenta ameaças como garimpo ilegal e desmatamento.
Os esforços para implementar a gestão e proteção dessas árvores são contínuos e envolvem desde o estabelecimento de um plano de manejo até a realização de pesquisas que possam contribuir para a proteção efetiva desses monumentos naturais. A colaboração entre organizações não governamentais, autoridades locais e cientistas é essencial para garantir que futuras gerações possam conhecer e estudar essas espetaculares árvores da Amazônia.
Mudança climática: gigantes da Amazônia podem ajudar cientistas
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