NotíciasMeio AmbienteImpacto de plásticos não recicláveis na vida de catadores no RJ

Impacto de plásticos não recicláveis na vida de catadores no RJ

Pesquisa revela que a baixa reciclabilidade de embalagens plásticas acarreta perdas econômicas significativas em cooperativas de catadores no estado do Rio de Janeiro. O estudo, conduzido pelo Instituto de Direito Coletivo (IDC) em parceria com a Universidade Federal Fluminense (UFF), foi realizado entre julho e dezembro, analisando o impacto desses materiais na rotina dos trabalhadores.

Foram investigadas 20 organizações de catadores, sendo metade na capital e metade nas regiões sul, centro-sul e Costa Verde do estado. Verificou-se que, em média, quase 16 horas mensais são desperdiçadas na separação de plásticos que não possuem valor comercial, representando cerca de dois dias de trabalho perdidos a cada mês.

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Essa realidade afeta majoritariamente as mulheres, que constituem aproximadamente 68,56% dos catadores identificados. A composição étnica é predominantemente parda (58,75%), seguida por preta (30,82%) e branca (9,43%). O estudo destaca que esses trabalhadores são vitais para o sistema de reciclagem do país, conforme enfatiza a presidente do IDC, Tatiana Bastos.

O aspecto financeiro também é preocupante, com as cooperativas deixando de ganhar entre R$ 1.179,03 e R$ 3.771,72 mensalmente devido à não comercialização de rejeitos plásticos. Esses materiais frequentemente são destinados a aterros, por falta de mercados que os valorizem. A presidente do IDC critica a remuneração insuficiente dos catadores e propõe que sejam pagos pelo serviço ambiental prestado, além do valor dos resíduos por peso.

Outro ponto crítico identificado é a baixa taxa de embalagens com código de identificação de reciclagem, cerca de 33,40% segundo o estudo. Além disso, a pesquisa aponta a necessidade de a indústria, especialmente a alimentícia, adotar práticas mais sustentáveis como o uso de embalagens ecoeficientes e melhorar a logística reversa.

O estudo ainda ressalta que responsabilidade ambiental deve ser uma prioridade, demandando uma ação conjunta entre poder público e setor privado para garantir não apenas a preservação ambiental, mas também condições dignas de trabalho para os catadores. Por fim, a presidente do IDC alerta para a distância entre a legislação ambiental e sua aplicação efetiva, apelando por uma fiscalização mais estrita e um comprometimento real com a sustentabilidade.

Plásticos não recicláveis geram perdas e sobrecarga a catadores no Rio

Agência Brasil

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