Durante uma coletiva de imprensa em Paris, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva expressou severa crítica ao tratamento dos civis na Faixa de Gaza, condenando o que ele chamou de genocídio. O presidente destacou a alarmante indiferença internacional perante a situação crítica vivida por milhares de palestinos.
"A perda de humanidade é chocante. É como se as vidas palestinas importassem menos, o que é inadmissível," afirmou Lula, denunciando o agravamento da crise humanitária na região. Segundo dados fornecidos por autoridades palestinas, o conflito já perdura por mais de 50 meses, resultando na morte de 54,7 mil pessoas, sendo 70% mulheres e crianças, e deixando cerca de 2 milhões de habitantes em condições de escassez de alimentos devido ao bloqueio imposto por Israel.
Lula também apontou a construção de 22 novos assentamentos israelenses na Cisjordânia como ilegal sob o direito internacional, uma vez que essa região é reconhecida como território palestino. O presidente criticou ainda a posição dos Estados Unidos no Conselho de Segurança da ONU, onde vetou uma resolução que demandava um cessar-fogo imediato em Gaza, apesar do apoio unânime dos outros 14 países membros.
Ao abordar outro conflito global, a guerra na Ucrânia, Lula revelou ter sugerido ao presidente francês, Emmanuel Macron, que articule uma intervenção do secretário-geral da ONU, António Guterres, acompanhado de líderes de nações emergentes, para facilitar um diálogo direto com os líderes da Ucrânia e Rússia.
Em paralelo aos temas geopolíticos, Lula anunciou, ainda na capital francesa, a promessa de investimentos franceses de cerca de R$ 100 bilhões no Brasil até 2030, o que reflete seus esforços para fortalecer laços econômicos e comerciais entre os dois países.
A coletiva em Paris evidenciou não só a postura brasileira em questões internacionais críticas, mas também o esforço contínuo em promover diálogo e cooperação para a resolução de conflitos globais.
Fonte das imagens: Ricardo Stuckert/PR. Cenas capturadas durante a coletiva de imprensa em Paris.
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