A Petrobras em parceria com o Ibama inicia neste domingo (24) a Avaliação Pré-operacional (APO) no bloco FZA-M-59, localizado na Bacia da Foz do Amazonas, região identificada como a nova fronteira de exploração petrolífera do Brasil. Este teste crítico é o último passo antes da obtenção da licença ambiental necessária para futuras atividades de perfuração de petróleo na área.
O exercício de emergência, previsto para durar entre três e quatro dias, testará a eficácia do plano de emergência da empresa, especialmente em resposta a possíveis desastres ambientais como derramamentos de óleo. A iniciativa envolverá mais de 400 profissionais e incluirá a utilização de aeronaves para operações de resgate e monitoramento, com mais de 100 especialistas dedicados exclusivamente à proteção e ao resgate da fauna.
Localizada a cerca de 175 quilômetros da costa do Oiapoque, no Amapá, a região da Margem Equatorial tem sido destacada pelo seu potencial exploratório, similar ao observado em recentes descobertas nas costas vizinhas de Guiana e Suriname. Entretanto, sua proximidade com ecossistemas vulneráveis levanta preocupações significativas quanto aos impactos ambientais da exploração petrolífera.
A vigorosa preparação para a APO reflete uma série de negociações intensivas entre a Petrobras e o Ibama, culminando na organização deste simulado, que também serve como um meio de reafirmar a capacidade da estatal em responder a incidentes em condições extremas. A presidente da Petrobras, Magda Chambriard, ressaltou que este é o maior aparato de resposta a incidentes já mobilizado pela companhia.
Enquanto a Petrobras aguarda a autorização final do Ibama para iniciar a perfuração, a exploração na Margem Equatorial continua a ser um tema de debate intenso, especialmente entre ambientalistas e setores do governo que apontam os riscos ambientais e a contradição com políticas de transição energética. Este tema também encontra espaço significativo nas discussões do Congresso Nacional, com figuras políticas chave pressionando pela aprovação rápida das licenças necessárias.
O resultado do APO poderá influenciar decisões futuras sobre a exploração de petróleo na região, enquanto a Petrobras e o governo brasileiro ponderam as oportunidades econômicas frente aos imperativos ambientais e climáticos.
Créditos das imagens: Fernando Frazão/Agência Brasil e Arte Petrobras/Divulgação.
Petrobras testa capacidade de resposta a incidentes na Foz do Amazonas
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