Coreia do Sul: Presidente Yoon Suk Yeol é destituído após impeachment
Nesta sexta-feira (4), o Tribunal Constitucional da Coreia do Sul confirmou o impeachment do presidente Yoon Suk Yeol, que foi destituído do cargo em um momento histórico marcado pela imposição da lei marcial. A decisão unânime da Corte encerra meses de turbulência política e abre caminho para a realização de uma nova eleição no país, que deve ocorrer dentro de 60 dias, conforme estipulado pela Constituição.
A crise política, considerada a mais grave em décadas, foi precipitada pela declaração de lei marcial feita por Yoon em 3 de dezembro, ação que foi considerada um “sério desafio à democracia” e uma violação de seus deveres constitucionais. O presidente interino da Suprema Corte, Moon Hyung-bae, afirmou que a declaração de lei marcial gerou caos em diversas áreas, como economia e política externa, e que Yoon cometeu “uma grave traição à confiança do povo”.
Com a destituição de Yoon, o primeiro-ministro Han Duck-soo assume o cargo de presidente interino até que um novo líder seja empossado. As eleições para a nova presidência estão programadas para ocorrer em um prazo de 60 dias, um processo que promete ser disputado. O ex-candidato Lee Jae-myung, líder do Partido Democrático, é visto como favorito, contudo, ele enfrenta seus próprios desafios legais relacionados a investigações por corrupção.
Do outro lado, os conservadores têm um amplo leque de candidatos prontos para entrar na disputa pela presidência. Leif-Eric Easley, professor da Universidade Ewha, em Seul, comentou que a decisão do Tribunal Constitucional elimina uma fonte significativa de incerteza, embora o próximo governo ainda tenha que lidar com questões complexas, incluindo as ameaças militares da Coreia do Norte, a pressão da China e as tarifas comerciais impostas pela administração do presidente dos EUA, Donald Trump.
A decisão do Tribunal foi recebida com festa por manifestantes que viam a destituição de Yoon como uma vitória em defesa da democracia e dos direitos humanos. Milhares se reuniram em um comício em Seul, onde explodiram em aplausos ao ouvir a confirmação do impeachment, entoando em uníssono: "Nós vencemos!". Em contraste, apoiadores de Yoon que se reuniram nas proximidades da residência oficial do presidente acompanharam a transmissão da decisão em silêncio, em estado de estupefação.
A Human Rights Watch também elogiou a decisão como um marco para os direitos humanos e os valores democráticos na Coreia do Sul, ressaltando a importância da resiliência do país em tempos de crise política.
Após impeachment, Presidente da Coreia do Sul é destituído do cargo
Fonte: Agencia Brasil.
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