A indústria brasileira registrou um leve crescimento de 0,1% em outubro comparado a setembro, impulsionado principalmente pelo aumento na produção de petróleo, minério de ferro e gás natural. Esse resultado reverte uma queda anterior de 0,4%, conforme relata a Pesquisa Industrial Mensal divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta terça-feira.
Ao longo dos últimos 12 meses, a indústria acumulou um crescimento de 0,9%, embora esse índice represente uma desaceleração desde março de 2024, quando o crescimento foi de apenas 0,7%. Em comparação com outubro do ano passado, a produção industrial apresentou uma retração de 0,5%.
Dentre as atividades que tiveram expansão na comparação mensal, as indústrias extrativas se destacaram com um aumento de 3,6%, seguidas por produtos alimentícios, que cresceram 0,9%; veículos automotores, reboques e carrocerias, com 2%; produtos químicos, com 1,3%; e equipamentos de informática, produtos eletrônicos e ópticos, com um aumento impressionante de 4,1%. Confecção de artigos do vestuário e acessórios também teve um aumento significativo, de 3,8%.
Contrariamente, alguns setores apresentaram queda significativa, incluindo produtos farmoquímicos e farmacêuticos, que recuaram 10,8%; produção de coque, produtos derivados do petróleo e biocombustíveis, com -3,9%; impressão e reprodução de gravações, que despencou 28,6%; e produtos do fumo, com retração de 19,5%.
André Macedo, gerente da pesquisa, apontou as altas taxas de juros como um dos principais freios ao crescimento mais robusto da indústria. A Selic atualmente está em 15% ao ano, o maior patamar desde julho de 2006, impactando diretamente na concessão de crédito e consequentemente na economia como um todo. A inflação, que se mantém acima do teto da meta governamental de 4,5% desde setembro de 2024, é outra preocupação que justifica as taxas de juros elevadas.
Além das questões internas, o chamado “tarifaço” americano também impactou negativamente alguns setores da indústria, especialmente o de madeira. Essa imposição tarifária foi uma medida adotada pelo governo dos EUA em agosto, justificada como proteção à economia interna e parte de uma controvérsia envolvendo o tratamento dispensado ao ex-presidente Jair Bolsonaro.
As discussões sobre as altas taxas e o efeito dos tarifas continuarão afetando a dinâmica da produção industrial brasileira, enquanto o mercado de trabalho e a renda, que mostram sinais positivos, oferecem algum alívio para o setor.
[Créditos da imagem: Agência Brasil]
Produção industrial reverte queda e sobe 0,1% em outubro, mostra IBGE
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