União Europeia prepara resposta às tarifas de Trump e pode sinalizar guerra comercial
Nos próximos dias, os países membros da União Europeia (UE) preparam-se para apresentar uma reação conjunta às tarifas de importação impostas pelos Estados Unidos sob a administração de Donald Trump. As medidas promovem o estabelecimento de contramedidas visando até US$28 bilhões em importações de uma diversificada gama de produtos americanos, desde fio dental até diamantes.
Essa iniciativa colocará a UE ao lado de potências como China e Canadá, que já implementaram sobretaxas retaliatórias contra produtos americanos. O temor é que essas ações mútuas desencadeiem uma guerra comercial global, potencialmente elevando os preços de bens de consumo básico para bilhões de consumidores e pressionando as economias globais para uma possível recessão.
A partir de quarta-feira, o bloco europeu enfrentará tarifas americanas de 25% sobre produtos como aço, alumínio e automóveis, além de tarifas recíprocas de 20% sobre a vasta maioria dos outros produtos importados dos EUA. Em 2018, a soma das exportações da UE para os Estados Unidos alcançou o valor de 532 bilhões de euros, abrangendo aproximadamente 70% deste valor em produtos sujeitos a novas tarifas.
A Comissão Europeia, que coordena a política comercial do bloco, sugere uma resposta que inclui a aplicação de tarifas adicionais sobre produtos americanos selecionados, em retaliação às tarifas sobre o aço e o alumínio. A expectativa é que a lista de produtos afetados inclua itens como carne, cereais, vinho, madeira, roupas, além de goma de mascar e papel higiênico.
Em uma rodada de negociações, a França e outros países expressaram preocupação e pressionaram por uma resposta que ultrapasse as simples tarifas. Diplomatas da UE ressaltaram que o foco da reunião, que ocorrerá em Luxemburgo na próxima segunda-feira, será reunir uma posição unificada que fomente negociações com Washington para a remoção das tarifas. Caso contrário, estão prontos para avançar com as contramedidas propostas.
Entre os países do bloco, há divergências quanto à intensidade da resposta. A Irlanda, por exemplo, apela por uma abordagem "ponderada e comedida", enquanto a Itália mostrou-se relativamente reticente a uma resposta forte, considerando suas relações comerciais com os EUA.
As implicações dessas tarifas são severas; Maros Sefcovic, o chefe de comércio da EU, qualificou as tarifas americanas como "prejudiciais e injustificadas" após uma discussão ineficaz com representantes americanos. Independentemente dos desfechos das negociações, as contramedidas propostas pela UE deverão ser submetidas à votação na quarta-feira, com uma provável aprovação. As medidas deverão ser aplicadas em duas fases, começando em 15 de abril e expandindo no mês seguinte.
A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, tem agendadas discussões com executivos dos setores siderúrgico, automotivo e farmacêutico para avaliar diretamente o impacto das tarifas e planejar ações futuras.
Esse contexto sublinha a importância do comércio internacional e das políticas de importação e exportação, questões centrais para a economia global no momento.
UE busca unidade em 1ª ação contra tarifas de Trump
Fonte: Agencia Brasil.
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