Presidente Lula Destaca Necessidade de Inovação e Recursos para Combater o Déficit Habitacional no Brasil
Durante a abertura do 100º Encontro Internacional da Indústria da Construção (Enic), realizado em São Paulo na última terça-feira, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva abordou a persistência do déficit habitacional no país, que se mantém em 7 milhões de moradias, um número que não mudou nos últimos 50 anos. Em seu discurso, o presidente enfatizou a necessidade de "criar mais dinheiro" e inovar nas soluções para superar esse desafio.
“Estamos enxugando gelo há décadas”, declarou Lula referindo-se às estratégias anteriores voltadas para resolver a crise habitacional. Ele destacou que mesmo as iniciativas como o programa Minha Casa, Minha Vida, que construiu 8 milhões de casas, não foram suficientes para equilibrar a demanda habitacional. “É preciso ser criativo, pensar mais e inventar novas formas de financiamento” reiterou.
O presidente mencionou a comunidade Dique da Vila Gilda em Santos, conhecida como a maior favela de palafitas do país, criticando a situação de moradia em zonas alagadiças, especialmente em um estado tão rico como São Paulo.
Além de discutir o déficit, Lula anunciou a expansão do programa Minha Casa, Minha Vida para famílias com renda até R$ 12 mil, englobadas agora na Faixa 4, com um financiamento que pode chegar a R$ 500 mil por imóvel. Esse novo segmento contará com um aporte de R$ 30 bilhões, divididos entre o Fundo Social do Pré-Sal e recursos da poupança e de Letra de Crédito Imobiliário. A taxa de juros estabelecida será de 10,5% ao ano, com até 420 meses para pagamento.
"Sabendo que o crescimento científico e tecnológico impulsiona este setor, é vital que continuemos a agir, pois ainda há muito a ser feito," afirmou Lula, apontando para o potencial da indústria da construção civil no desenvolvimento nacional.
O presidente da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC), Renato Correia, também presente no evento, comemorou a inclusão da Faixa 4 no programa habitacional e destacou a necessidade de recursos recorrentes para sustentar a construção habitacional no país. "A alocação consistente de recursos garantirá o atendimento ao direito constitucional à moradia," complementou Correia.
Correia ainda apelou ao governo para evitar a contratação de serviços de engenharia por pregão eletrônico e para garantir prazos de pagamentos em licitações públicas, além de expressar esperança que o ciclo de alta de juros, que impacta negativamente no setor, seja reavaliado.
O encontro ocorreu paralelamente à Feira Internacional da Construção Civil (Feicon), que é um referencial para o setor. O evento e as declarações lá proferidas são fundamentais para entender as políticas públicas e as movimentações empresariais destinadas a enfrentar uma das questões mais prementes do país: a habitação.
Crédito das Imagens: Arquivo/Agência Brasil
Lula defende soluções criativas para reduzir déficit habitacional
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