Em depoimento à Polícia Federal nesta quinta-feira, o ex-presidente Jair Bolsonaro negou ter tentado influenciar o governo dos Estados Unidos para aplicar sanções a autoridades brasileiras, incluindo o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). A investigação, relatada por Moraes, examina alegações de que Eduardo Bolsonaro, filho do ex-presidente e deputado federal, teria incitado tais medidas.
No contexto do inquérito, Jair Bolsonaro afirmou que não houve qualquer contato com autoridades norte-americanas sobre possíveis sanções e defendeu a independência das ações de Eduardo nos Estados Unidos. “Que as ações realizadas por Eduardo Bolsonaro são independentes e realizadas por conta própria; que não auxilia ou determina a Eduardo Bolsonaro qualquer tipo de ação nos Estados Unidos”, reforçou no depoimento.
Durante o mesmo depoimento, o ex-presidente admitiu ter enviado cerca de R$ 2 milhões para cobrir despesas de Eduardo, que vive nos Estados Unidos após ter pedido licença do mandato por 122 dias em março. Os fundos, segundo Bolsonaro, provêm de doações via Pix recebidas em 2023, totalizando R$ 17 milhões.
Em resposta à investigação, Eduardo Bolsonaro descreveu o inquérito como “injusto e desesperado”, criticando o que considera ser um “regime de exceção” no Judiciário brasileiro. “Só configura aquilo que sempre falamos: o Brasil vive um regime de exceção, onde tudo no Judiciário depende de quem seja o cliente”, declarou o deputado.
O inquérito segue em andamento, e as autoridades continuam a investigar as supostas tentativas de influenciar a política externa dos Estados Unidos em relação à Brasil.
(Créditos das imagens: Agência Brasil, EBC)
Bolsonaro nega à PF contato com governo Trump para buscar sanções
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