Líderes Afrodescendentes Apresentam Demanda por Justiça Climática na COP30
BRASÍLIA (29/05/2025) – Representantes afrodescendentes de 16 países entregaram uma carta reivindicatória ao presidente designado da 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP30), clamando por maior envolvimento nos debates climáticos globais. A carta, formalizada pela Coalizão Internacional de Organizações para a Defesa, Conservação e Proteção dos Territórios, do Meio Ambiente, Uso da Terra e Mudança Climática dos Povos Afrodescendentes da América Latina e do Caribe (Citafro), abrange interesses de mais de 180 milhões de afrodescendentes, pressingindo um diálogo mais inclusivo e eficaz.
Dentre as principais exigências do documento, destaca-se a necessidade de justiça climática por meio de planejamento territorial eficaz, além de garantia de posse, titulação e segurança jurídica dos territórios tradicionalmente ocupados por comunidades afrodescendentes. Biko Rodrigues, coordenador executivo da Coordenação Nacional de Articulação das Comunidades Negras Rurais Quilombolas (Conaq), enfatizou a significativa contribuição das comunidades quilombolas, presentes em diversos biomas brasileiros, para a manutenção da biodiversidade e equilíbrio climático.
A cerimônia de entrega do documento aconteceu em Brasília, presidida pelo embaixador André Corrêa do Lago e contou com a participação da ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima, Marina Silva. O evento, ilustrado em uma fotografia de Antonio Cruz/Agência Brasil, demonstrou a busca constante por uma colaboração mais estratégica e inclusiva na conferência que ocorrerá em Belém (PA).
O presidente designado da COP30, embaixador Corrêa do Lago, reconheceu a importância de expandir a participação além dos delegados oficiais dos governos, citando a formação de círculos de apoio que incluem organizações como a Citafro. Ele expressou seu entusiasmo e apoio às demandas da coalizão, enfatizando a relevância de uma preparação cuidadosa e eficaz de todos os participantes para as discussões climáticas iminentes. Marina Silva destacou a arquitetura participativa planejada para a conferência, visando ampliar a voz das comunidades tradicionais e afrodescendentes no palco global.
Esta iniciativa reafirma a importância de integrar as vozes dos povos afrodescendentes nas políticas de mudança climática, visando uma abordagem mais holística e justa nos esforços globais de mitigação e adaptação.
Lideranças afrodescendentes pedem mais participação na COP30
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