Refúgio da Vida Silvestre do Chauá: Preservação e Diversidade na Mata Atlântica
Decorado com penas vibrantes nas cores vermelha, laranja, azul e roxa, o papagaio-chauá destaca-se na diversidade da Mata Atlântica. Residente do bioma, este pequeno pássaro enfrenta ameaças significativas como a captura ilegal e o desmatamento. Em resposta, o município de Cambuci, Rio de Janeiro, instituiu o Refúgio da Vida Silvestre (Revis) do Chauá. Espalhado por 4,4 mil hectares, este santuário natural não só protege o papagaio-chauá, mas também espécies como a paca, o tatu-galinha e o sagui-taquara, todos em risco de extinção.
O Revis do Chauá, a 300 quilômetros do Rio de Janeiro, abriga 67 nascentes preservadas e oferece atividades como trilhas, ciclismo e banhos de cachoeira, além de ser um sítio crucial para pesquisas ambientais. Contudo, a falta de acesso à informação sobre o refúgio e outras unidades de conservação municipais no estado é notória. Para mitigar esse problema, foi lançado em maio o Atlas das Unidades de Conservação Municipais do Estado do Rio de Janeiro. Esta publicação, de quase 600 páginas, oferece detalhes sobre as 416 unidades mapeadas até 2022 nos 92 municípios fluminenses.
A subsecretária de Mudanças do Clima e Conservação da Biodiversidade, Renata Lopes, sublinha que a intenção do atlas é despertar um sentimento de pertencimento e conscientização nas pessoas sobre essas áreas protegidas. O atlas é um fruto de quatro anos de trabalho de uma equipe multiprofissional, apoiada por recursos do ICMS Ecológico e apresenta informações detalhadas sobre cada unidade, com descrições ricas sobre a fauna, flora e atrativos naturais, complementadas por imagens de fotógrafos renomados como Gustavo Pedro, Marcus Terranova e Eduardo Martino.
Além disso, o atlas pretende auxiliar na gestão dessas áreas, provendo dados essenciais que frequentemente se perdem com mudanças administrativas. Uma página virtual, prevista para ser lançada em julho, trará informações atualizadas e mapas interativos, ampliando o acesso público.
A região abriga outras reservas notáveis como a Pedra do Cão Sentado em Nova Friburgo e a Pedra da Tartaruga em Teresópolis, ambas populares entre turistas e aventureiros. Segundo o ambientalista Sérgio Ricardo Potiguara, do Movimento Baía Viva, além da conservação da biodiversidade, essas unidades desempenham um papel vital na segurança hídrica e na adaptação às mudanças climáticas. Ele defende a necessidade urgente de financiamento para ações preventivas, como brigadas florestais, para garantir a integridade desses espaços vitais para o equilíbrio ambiental.
Atlas quer tornar unidades de conservação fluminenses mais conhecidas
Meio Ambiente