Na terça-feira (12), a Cúpula China-Celac, que reúne líderes da América Latina e do Caribe com a China, destaca a crescente influência do gigante asiático na região, em um contexto de tensões comerciais com os Estados Unidos. O encontro é marcado pela recente trégua na guerra comercial entre as duas maiores economias do mundo.
A cúpula, realizada em meio a uma atmosfera de cooperação reforçada, contará com a presença de diversas figuras políticas importantes, incluindo o presidente brasileiro, Luiz Inácio Lula da Silva, e o presidente chinês, Xi Jinping. Outros líderes regionais, como os de Chile e Colômbia, também participarão do evento, que tem como objetivo fortalecer os laços entre a Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos (Celac) e a China.
Durante o encontro, espera-se a definição de um plano de ação para o período de 2025 a 2027, além da assinatura de uma declaração conjunta China-Celac, documento que visará estabelecer as bases para futuras colaborações.
Robson Valdez, professor de relações internacionais do Instituto Brasileiro de Ensino, Desenvolvimento e Pesquisa (IDP), comenta sobre o aumento da importância geopolítica da América Latina no cenário global devido às disputas entre China e EUA. Ele menciona, por exemplo, as tensões em torno do Porto de Chancay no Peru, um projeto financiado pela China e que tem sido alvo de controvérsias.
Em um cenário onde os Estados Unidos historicamente consideraram a América Latina como seu “quintal”, o professor Valdez discute a nova dinâmica de influência chinesa na região, que promove uma reavaliação estratégica por parte de Washington. Comentários recentes do secretário de Defesa dos EUA, Pete Hegseth, reforçam essa visão, ao chamar América do Sul e Central de “quintal” dos estadunidenses, uma declaração que gerou respostas firmes de lideranças regionais, incluindo o presidente Lula.
A matéria também ressalta as preocupações dos EUA quanto ao alinhamento do Brasil e outros países latino-americanos com projetos chineses como a Nova Rota da Seda, evidenciando a complexa teia de relações e interesses geopolíticos que moldam a interação entre essas nações.
O esperado é que a cúpula conduza a decisões que refletem tanto as aspirações de desenvolvimento dos países latino-americanos e caribenhos quanto o interesse chinês em expandir sua influência econômica e política na região.
(Foto de Robson Valdez: Arquivo Pessoal. Imagem disponível em Agência Brasil)
Cúpula aproxima América Latina da China em meio à disputa com EUA
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