Pedro Lourenço Abre o Jogo sobre os Desafios do Cruzeiro em 2024
Em uma entrevista concedida ao jornal O Tempo, o empresário Pedro Lourenço, atual proprietário da Sociedade Anônima do Futebol (SAF) do Cruzeiro, abordou abertamente os desafios que a equipe mineira tem enfrentado em 2024. Reconhecendo erros significativos nas contratações, Lourenço destacou a dificuldade de adaptação ao novo modelo de gestão esportiva, em contraste com a eficiência de clubes como o Botafogo, que têm colhido resultados expressivos por meio da profissionalização de suas práticas administrativas.
A declaração mais impactante do empresário foi: “A realidade mostra para todos: nós erramos muito nas contratações. Erramos bastante.” Embora não tenha nomeado jogadores individuais, Lourenço atribuiu as falhas ao departamento de futebol liderado por Alexandre Mattos. Ele também analisou a gestão do futebol sob uma perspectiva empresarial, afirmando: “É um péssimo negócio. Eu não estou acostumado com os salários que ganham os jogadores.”
O Contraste com o Botafogo
A crítica de Lourenço ressoa de maneira significativa quando comparada à filosofia implantada no Botafogo desde a aquisição da SAF pelo magnata John Textor. Sob sua liderança, o clube carioca reformulou seu planejamento esportivo e implementou um modelo de negócios baseado em scouting, análise de desempenho e valorização de ativos. O resultado dessa estratégia tem sido notável, com conquistas de títulos como a Libertadores e o Campeonato Brasileiro, além da classificação para o Super Mundial de Clubes.
Embora Textor também tenha enfrentado desafios, como a perda da liderança no Campeonato Brasileiro em 2023, o Botafogo respondeu com aquisições estratégicas, fortalecimento das categorias de base e ampliação da imagem do clube no cenário internacional. Jogadores como Thiago Almada, Luiz Henrique, Igor Jesus e Savarino exemplificam a evolução do projeto sob a gestão de Textor.
Desafios do Cruzeiro
Enquanto o Cruzeiro luta para encontrar consistência, suas dificuldades não são apenas financeiras, mas também relacionadas à tomada de decisões. A paixão da torcida e a força da marca do clube não são suficientes para compensar a falta de um planejamento estratégico a longo prazo. As palavras de Lourenço, que questiona a viabilidade do futebol como um bom negócio nos próximos cinco anos, evidenciam uma abordagem reativa, que contrasta com a visão audaciosa da Eagle Football, grupo liderado por Textor.
É evidente que o futuro das SAFs no Brasil ainda está em processo de definição, mas a comparação entre Cruzeiro e Botafogo destaca a importância de não apenas um investimento financeiro robusto, mas também de uma visão estratégica, controle emocional, equipe competente, e paciência para colher os frutos de um planejamento bem executado.
Foto: Gustavo Aleixo/Cruzeiro
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Foto: Vitor Silva/BFR
Em Resumo
Dono do Cruzeiro critica SAF enquanto Botafogo vira referência: “Péssimo negócio”
Fonte: Futebol BR