São Paulo, 29 de dezembro – O mais recente boletim InfoGripe, divulgado pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), aponta para um aumento preocupante nos casos de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) causados pelo vírus influenza A em todas as faixas etárias no Brasil. Especialmente alarmantes são os índices entre jovens, adultos e idosos, com incidências classificadas de moderadas a muito altas.
O documento ressalta a vulnerabilidade dos idosos e crianças de até dois anos, grupos entre os quais se observou uma elevada taxa de mortalidade. Esta tendência reflete uma urgência em medidas preventivas, especialmente a vacinação. Conforme dados apresentados, 72,5% dos óbitos recentemente registrados são atribuídos ao influenza A, com outros patógenos como influenza B, Vírus Sincicial Respiratório (VSR), rinovírus e Sars-CoV-2 respondendo pelas demais fatalidades.
Em termos geográficos, o relatório indica uma diminuição nas hospitalizações por VSR em estados como São Paulo, Rio Grande do Norte e Distrito Federal, contrastando com a situação do influenza A, que mostra sinais de estabilização no Mato Grosso do Sul e Pará, mas ainda em níveis elevados.
Detalhando os dados por faixa etária, o VSR é o principal impulsionador dos crescentes casos de SRAG em crianças de até 4 anos, enquanto que o rinovírus e o influenza A também contribuem significantemente para este aumento neste mesmo grupo etário e entre crianças e adolescentes de 5 a 14 anos. Entre os adultos e idosos, o influenza A predomina como causa de SRAG.
A pesquisadora Tatiana Portella do InfoGripe enfatizou a crucialeidade da vacinação neste contexto epidemiológico. Ela alerta que a imunização pode levar cerca de 15 dias para ser efetiva, reforçando a importância de uma adesão precoce, sobretudo entre crianças, idosos e outros grupos prioritários.
A Fiocruz, responsável pelo boletim, persiste em acompanhar e analisar o comportamento desses vírus respiratórios com o objetivo de orientar políticas pública de saúde e ações de prevenção. Com esse acompanhamento constante, espera-se mitigar os impactos severos causados por essas enfermidades respiratórias no país.
Fiocruz: 72,5% dos óbitos por SRAG estão relacionados à influenza A
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