Brasília, 13 de dezembro – Em um esforço conjunto para combater o crime organizado, ministros da segurança pública dos países do Mercosul consolidaram nesta quinta-feira diversos acordos de cooperação. A iniciativa, liderada pelo ministro da Justiça e Segurança Pública do Brasil, Ricardo Lewandowski, visa aprimorar o combate ao tráfico de pessoas e fortalecer as estratégias contra facções criminosas através da integração de dados entre os países membros.
Durante a reunião, que ocorreu em Brasília, Lewandowski destacou a importância da criação de um Banco Nacional de Informações sobre Crime Organizado, proposto pelo Projeto de Lei Antifacção, atualmente em discussão na Câmara dos Deputados. “Esperamos evoluir para um banco regional de dados que centralize informações sobre criminosos, especialmente aqueles vinculados a organizações criminosas”, afirmou o ministro.
Por sua vez, Enrique Escudero, ministro do Interior do Paraguai e presidente pró tempore do grupo de ministros que cuidam da segurança pública, enfatizou a necessidade de uma resposta ágil e inovadora no combate às facções. “É uma luta assimétrica que requer criatividade e rapidez da nossa parte”, disse Escudero para a Agência Brasil.
Ainda sobre o acordo de cooperação no combate ao tráfico de pessoas, o ministro brasileiro salientou que esta é uma vitória significativa contra um crime que frequentemente vitimiza indivíduos indefesos. Além disso, foi mencionada a formação de uma comissão e o desenvolvimento de uma estratégia do Mercosul contra o crime organizado transnacional.
No contexto de segurança mais amplo, os ministros também aprovaram uma declaração conjunta para a segurança do corredor viário bioceânico, que ligará o Atlântico ao Pacífico, e outra declaração focada na vigilância de crimes que impactam o meio ambiente.
Alejandra Montioliva, Secretária de Seguridade Nacional da Argentina, ressaltou a importância da cooperação e integração para combater efetivamente o crime organizado. “É impossível atuar isoladamente. As respostas devem ser articuladas e sustentadas por viabilidade técnica e política”, observou.
Os acordos firmados representam, de acordo com Lewandowski, uma forte declaração de intenções que se traduzirá em programas concretos desenvolvidos em colaboração entre os países membros. Ele também mencionou que as autoridades do bloco estão cada vez mais preparadas para lidar com novas ameaças, como a cibercriminalidade, destacando a evolução do crime organizado nas últimas décadas.
A problemática do tráfico de drogas também foi abordada, com o ministro paraguaio apontando os severos impactos na saúde pública e na segurança em todo o continente.
(Com informações da Agência Brasil.)
Lewandowski defende integração de dados de segurança com Mercosul
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