Em meio a debates acalorados e opiniões divididas, a Câmara dos Deputados se prepara para uma audiência pública no próximo dia 3 de setembro, a fim de discutir a reforma administrativa, uma pauta que vem gerando preocupação entre os servidores públicos por conta da possibilidade de aumento das contratações temporárias. Esta reforma tem retomado força com a nova gestão do presidente da Câmara, Hugo Motta, que substituiu a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 32 de 2020 por um novo conjunto de medidas ainda a serem detalhadas.
Desde o início deste semestre, como informa a Agência Brasil, o trabalho sobre a reforma foi intensificado sob a liderança do deputado Pedro Paulo (MDB-RJ), que coordena o grupo encarregado de elaborar os projetos destinados a reformular a administração pública federal. As expectativas são de que os novos textos, que incluem projetos de lei e uma nova PEC, sejam apresentados em breve, trazendo propostas como a limitação do teletrabalho e a redefinição das regras de aposentadoria para magistrados, entre outras inovações.
O cenário é de confronto entre visões distintas: de um lado, alguns defendem a reforma como forma de reduzir custos e aumentar a eficiência; do outro, servidores e representantes de movimentos sociais alertam para o risco de precarização dos serviços públicos. O relator, Pedro Paulo, tenta tranquilizar os servidores, afirmando que a nova proposta não retirará direitos adquiridos nem acabará com a estabilidade dos servidores públicos.
Contudo, segundo Diego Marques, diretor do Sindicato Nacional dos Docentes do Ensino Superior (Andes), a proposta de criar um cadastro para a contratação de temporários pode sinalizar uma redução da estabilidade em prática. Além disso, críticos da reforma como Marques argumentam que a agenda de mobilizações está sendo organizada para ampliar o diálogo sobre as implicações das mudanças sugeridas.
Acompanhando de perto os desenvolvimentos, a Agência Brasil nota que a reforma, segundo o deputado Pedro Paulo, visa modernizar o Estado e cortar privilégios, focando em mérito e eficiência. Entretanto, as medidas ainda precisam ser discutidas detalhadamente para que possam ganhar a confiança tanto dos servidores quanto da opinião pública.
Reforma administrativa avança na Câmara e servidores temem retrocessos
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