Conselho de Ética da Câmara Avalia Cassação do Mandato de Glauber Braga (PSOL-RJ)
Na última quarta-feira, o relator Paulo Magalhães (PSD-BA), integrante do Conselho de Ética da Câmara dos Deputados, apresentou um parecer favorável à cassação do mandato do deputado Glauber Braga (PSOL-RJ). O motivo apontado é a acusação de quebra de decoro parlamentar após o deputado ter agredido e expulsado da Câmara um militante do Movimento Brasil Livre (MBL) que teria ofendido sua mãe. Este parecer ainda precisa da aprovação do colegiado para ser efetivado.
Glauber Braga enfrenta uma representação apresentada pelo partido Novo, decorrente de um incidente no qual, após receber uma ofensa verbal, agrediu fisicamente Gabriel Costenaro, membro do MBL. O relator Magalhães ressaltou que as ações foram documentadas em vídeo nas dependências da Câmara, não considerando a alegação de legítima defesa por parte de Braga.
"A violência física cometida pelo representado em resposta à ofensa verbal perpetrada foi totalmente desproporcional e, portanto, injustificada", afirmou Magalhães. Ele também comentou que tal conduta fere a honra e a dignidade do Parlamento e de seus membros, justificando a recomendação pela perda do mandato de Braga.
Na sua defesa, Glauber Braga mencionou ser alvo de perseguição política, atribuindo esta ao ex-presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), e ao próprio relator do processo, acusações que ambos negaram. Braga argumentou que sua postura frente ao chamado "orçamento secreto" estaria na raiz dos esforços para cassar seu mandato, uma questão que está sob análise no Supremo Tribunal Federal (STF) por ação do PSOL.
"Eu estou lutando contra a compra de apoio político, que já estava pré-datada, prefixada, a partir daquilo que ele indicou de orçamento secreto em articulação com o senhor Arthur Lira", expressou o deputado do PSOL.
Este processo surge em um contexto controverso, onde o ex-presidente da Câmara, Arthur Lira, anteriormente havia repudiado as ofensas e acusações feitas por Glauber Braga, salientando o desprezo por tais episódios de agressão dentro da Câmara.
O Conselho de Ética agora avalia as circunstâncias e, se aprovado o relatório de Magalhães, o caso procederá para julgamento pelo plenário da Câmara dos Deputados, onde será finalmente decidido o destino político de Glauber Braga.
A situação evoca comparações com outro caso recente no Conselho de Ética, em que o deputado Chiquinho Brazão (RJ), acusado de envolvimento no assassinato da vereadora Marielle Franco, teve sua cassação aprovada pelo Conselho, mas ainda pendente de avaliação pelo plenário.
O desfecho da situação de Glauber Braga trará impactos significativos tanto para o deputado quanto para a imagem do Parlamento, conforme acompanham autoridades e cidadãos interessados nas decisões éticas e de justiça dentro do cenário político brasileiro.
Relator do Conselho de Ética pede cassação do deputado Glauber Braga
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