Líderes da América do Sul consolidam compromissos em defesa da Amazônia na Declaração de Bogotá
No último encontro realizado em Bogotá, durante a quinta cúpula de líderes da Organização do Tratado de Cooperação Amazônica (OTCA), chefes de Estado e representantes dos países membros aprovaram a Declaração de Bogotá. A cúpula, que contou com a presença do presidente brasileiro, Luiz Inácio Lula da Silva, destacou-se por atualizar e reafirmar os compromissos voltados para a proteção da Amazônia, frente aos desafios climáticos e ambientais iminentes.
“A Declaração de Bogotá reforça nossa agenda comum de proteção ambiental e cooperação regional, e lança luz sobre a urgente necessidade de implementação de ações práticas contra o desmatamento e a degradação da biodiversidade”, declarou o Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima.
Um dos desafios mais discutidos foi o conceito de “ponto de não retorno” da floresta amazônica, tema que tem gerado preocupação entre cientistas e ambientalistas. Existem receios de que a floresta esteja perto de um colapso ecológico irreversível, o que foi corroborado por dados recentes sobre aumento das queimadas. Diante dessa preocupação, foi criado um grupo de trabalho científico, no âmbito da OTCA, a fim de estudar aprofundadamente essa problemática.
O encontro também trouxe à tona a discussão sobre a exploração de combustíveis fósseis na região, questão que dividiu opiniões entre os países membros. A declaração mencionou a “necessidade de avançar em direção a uma transição energética justa, ordenada e equitativa”, mas sem estabelecer metas concretas, o que gerou críticas de setores da sociedade civil. “Estamos inserindo a Amazônia em uma nova fronteira de exploração que pode ser extremamente prejudicial para este bioma tão vital”, criticou João Pedro Ramalho, ativista climático.
Ademais, o documento final apoiou a criação de mecanismos para a ampliação da participação social e indígena nas decisões da OTCA, com destaque para a proposta de uma OTCA Social e um mecanismo específico para povos indígenas. A Declaração de Bogotá também reafirmou a proteção aos Povos Indígenas em Isolamento e Contato Inicial (PIACI) e apoiou a criação do Fundo Florestas Tropicais para Sempre (TFFF), durante a COP30, que promete beneficiar diversas nações na conservação de áreas protegidas.
Ao final do encontro, ficaram estabelecidos o fortalecimento da cooperação regional em vários fronts, incluindo segurança ambiental, combate à mineração ilegal e tráfego de espécies, e a continuidade do diálogo e da articulação para o enfrentamento efetivo dos problemas ambientais que afetam a região amazônica e o mundo.
Créditos da imagem: Agência Brasil
Declaração de Bogotá avança em coordenação, mas frustra em metas
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