Brasil lança plano ambicioso para combater desertificação e proteger biomas
Na terça-feira (16), em Brasília, o governo federal anunciou uma nova estratégia para enfrentar um dos maiores desafios ambientais do país: a desertificação. O Plano de Ação Brasileiro de Combate à Desertificação e Mitigação dos Efeitos da Seca (PAB-Brasil) foi apresentado pelo Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima (MMA) e visa a recuperação de 10 milhões de hectares de áreas degradadas, especialmente na Caatinga, um bioma crucial para a absorção de gás carbônico e recarga de aquíferos no semiárido brasileiro.
Durante o lançamento, Alexandre Pires, diretor do Departamento de Combate à Desertificação do MMA, detalhou que o plano, previsto para ser implementado até 2045, inclui 175 iniciativas. Ele ressaltou que o objetivo é “alavancar o processo de restauração socioprodutiva, assegurando a recuperação do solo degradado, a recomposição vegetal, a disponibilidade de água, a produção de alimentos saudáveis, a geração de trabalho e emprego e outros serviços ecossistêmicos.”
O PAB-Brasil não se limita apenas à Caatinga, mas estende suas ações a outros biomas como o Cerrado, a Mata Atlântica e, pela primeira vez, áreas do Pantanal também foram identificadas como susceptíveis à desertificação. O plano também inclui a construção do Sistema de Alerta Precoce de Desertificação e Seca (SAP), apoio financeiro para elaboração dos Planos Estaduais de Combate à Desertificação, a criação de unidades de conservação e a recuperação de vegetação nativa.
A necessidade de tais medidas é reforçada por um estudo da Superintendência do Desenvolvimento do Nordeste (Sudene), que aponta que a desertificação ameaça a capacidade produtiva do solo de 18% do território nacional, afetando diretamente a vida de 39 milhões de pessoas na região Nordeste.
Para assegurar o sucesso do plano, comunidades indígenas, comunidades tradicionais, e agricultores familiares foram incluídos no cadastro de pagamento por serviços ambientais (PSA), uma iniciativa que promove a conservação ambiental através de incentivos financeiros. “Somente juntos vamos avançar no combate à desertificação e mitigação dos efeitos da seca”, enfatizou Edel Moraes, secretária nacional de Povos e Comunidades Tradicionais e Desenvolvimento Rural Sustentável do MMA, destacando a importância da inclusão e cooperação mútua para o enfrentamento dessas questões críticas.
Ameaçada de desertificação, Caatinga terá área recuperada
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