Na Cúpula do Clima, realizada em Belém, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva fez um pronunciamento enfático sobre a necessidade urgente de ações mais efetivas contra as mudanças climáticas e reafirmou o compromisso do Brasil com o Acordo de Paris. Em discurso proferido nesta sexta-feira (7), ele apelou para que os líderes globais intensificassem seus esforços, destacando a inadequação das medidas atuais para atender aos objetivos estabelecidos.
O presidente brasileiro destacou que dez anos após a formalização do Acordo de Paris, as metas ainda estão longe de serem alcançadas. Segundo ele, a situação é particularmente crítica para regiões como a América Latina, Ásia e África, que podem se tornar inabitáveis devido ao aumento dos níveis dos oceanos e outras consequências severas das mudanças climáticas.
Durante a Cúpula, Lula insistiu na revitalização das Contribuições Nacionalmente Determinadas (NDCs), que envolvem a adoção de medidas para cobrir todas as emissões de gases e setores econômicos. Ele ressaltou a necessidade de políticas mais robustas, que vão além do que já foi acordado, para abordar a lacuna entre a retórica e a realidade das ações climáticas.
O evento em Belém precede a 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (COP30), que também ocorrerá na cidade, e visa atualizar e fortalecer o acordo climático global em face da crise climática urgente. Mais de 70 países estão representados, com a presença de chefes de estado e altos representantes.
Além disso, o presidente brasileiro destacou a importância dos territórios indígenas e comunidades tradicionais na mitigação das mudanças climáticas, mencionando que o Brasil proporá que a COP reconheça formalmente esse papel. No âmbito financeiro, criticou os atuais modelos de financiamento climático, que majoritariamente beneficiam os países desenvolvidos, e defendeu novos modelos de financiamento que considerem a realidade dos países em desenvolvimento.
Em termos de política fiscal, Lula abordou a necessidade de taxar grandes fortunas e corporações multinacionais para financiar a ação climática. Ele também sugeriu a criação de um Conselho do Clima sob a égide da Organização das Nações Unidas (ONU) e destacou o papel essencial do multilateralismo na resposta global às mudanças climáticas.
A Cúpula do Clima culminou em um chamado global para a cooperação e renovação de esperanças para enfrentar uma das maiores crises que a humanidade já enfrentou. Os resultados dessa grande conferência devem orientar as deliberações durante a próxima COP, visando implementações mais eficazes e ações concretas para combater o aquecimento global.
Lula diz que Acordo de Paris está longe da meta e faz apelo a líderes
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