Proposta de Emenda à Constituição visa fortalecer segurança pública no Brasil
Brasília, DF – O governo federal, após uma série de consultas com governadores de diversos estados, submeteu à Câmara dos Deputados uma nova Proposta de Emenda Constitucional (PEC) focada em segurança pública. A proposta, entregue pelo ministro da Justiça, Ricardo Lewandowski, ao presidente da Câmara, Hugo Motta, tem como principal objetivo desburocratizar e aumentar a eficiência no combate ao crime organizado através de uma maior integração entre os diferentes níveis de governo.
Um dos principais aspectos da PEC é a constitucionalização do Sistema Único de Segurança Pública (SUSP), implementado inicialmente por lei ordinária em 2018. A medida busca padronizar procedimentos e informações entre as 27 unidades federativas do Brasil, que até agora operam com sistemas variados, dificultando a gestão e o acesso a dados de segurança padronizados. Com a PEC, busca-se uniformizar desde certidões de antecedentes criminais até mandados de prisão, o que, segundo o governo, deveria elevar a eficácia das operações de segurança em todo o país.
“A padronização é crucial para a efetividade do SUSP”, afirma uma nota do governo, que também assegura que a normatização proposta não resultará em uma centralização dos sistemas de tecnologia da informação por parte da União.
Além disso, a proposta prevê uma atualização nas atribuições das forças policiais, com destaque para a Polícia Federal (PF), que terá garantida a competência para lidar com crimes ambientais e ações de organizações criminosas e milícias privadas que demandem uma abordagem uniforme em nível interestadual ou internacional. A Polícia Rodoviária Federal (PRF) também terá suas funções expandidas, assumindo o policiamento ostensivo em rodovias, ferrovias e hidrovias federais, o que envolve mudar sua denominação para Polícia Viária Federal.
A PEC aborda ainda a constitucionalização dos fundos nacionais de Segurança Pública e Política Penitenciária e define claramente as competências das guardas municipais, que terão permissão para atuar na segurança urbana e realizar prisões em flagrante – sempre sem conflitar com as responsabilidades das polícias Civis e Militares.
Entre outros pontos, a proposta inclui a participação da sociedade civil no Conselho Nacional de Segurança Pública e Defesa Social, além de prever a criação de corregedorias e ouvidorias com autonomia funcional, destinadas a investigar responsabilidades no âmbito da segurança pública.
A tramitação da PEC na Câmara dos Deputados é acompanhada de perto por representantes do governo e da sociedade civil, que aguardam as próximas etapas do processo legislativo.
Entenda as mudanças propostas pela PEC da Segurança Pública
Economia