Título: Disputa Judicial: Receita Federal Busca Suspender Decisão do TCU Sobre o Sicobe
Subtítulo: A AGU defende que a reativação do Sistema de Controle de Produção de Bebidas impõe desafios operacionais e financeiros significativos, contrastando com o aumento na arrecadação do setor.
Brasília, DF – A Receita Federal do Brasil está em um impasse jurídico referente à decisão do Tribunal de Contas da União (TCU) que exige a reativação do Sistema de Controle de Produção de Bebidas (Sicobe), desativado desde 2016. Através da Advocacia-Geral da União (AGU), foi protocolado um mandado de segurança junto ao Supremo Tribunal Federal (STF), solicitando uma liminar para suspender imediatamente os efeitos dessa decisão.
O pedido da AGU, entregue nesta quinta-feira, assinala que a determinação do TCU em agosto passado representa uma “grave ameaça à ordem administrativa, econômica e tributária”. A Advocacia-Geral também argumenta que a reativação do Sicobe geraria um custo de R$ 1,8 bilhão ao ano, um valor que ultrapassa o custo anual total dos sistemas informatizados da própria Receita Federal, estimado em R$ 1,7 bilhão.
Aumento na Arrecadação Desde a Desativação do Sicobe
A Advocacia-Geral menciona um aumento na arrecadação anual no setor de bebidas, que saltou de R$ 9,2 bilhões em 2016 para R$ 13,4 bilhões em 2024, período após o desligamento do Sicobe. Esse dado é empregado para fortalecer o argumento contra a necessidade de uma reinstalação imediata do sistema.
Breve Histórico do Sicobe
Desenvolvido pela Casa da Moeda, o Sicobe foi lançado em 2009 com o intuito de permitir à Receita Federal monitorar em tempo real o processo produtivo de bebidas no Brasil. Equipamentos instalados nos estabelecimentos envasadores permitiam ao órgão controlador saber exatamente a quantidade de produtos fabricados, assim como o tipo de produto, embalagem e marca comercial. A desativação do sistema em 2016 foi justificada pela Receita com a promessa de um novo projeto pela Casa da Moeda, que resultaria em um custo menor.
Aspecto Legal e Futuras Medidas
Segundo o TCU, a decisão de desativar o Sicobe não poderia ter sido realizada apenas por meio de um ato administrativo, argumentando que isso viola os princípios de legalidade e de hierarquia das normas. “A obrigação de instalar e manter os equipamentos contadores de produção, como estabelecido pela legislação federal vigente, não poderia ser revogada unilateralmente”, enfatiza o Tribunal.
Na continuidade de sua defesa, a AGU reitera a competência legal da Receita Federal em suspender o uso do Sicobe, notando que o órgão já vinha buscando estabelecer novos mecanismos de controle produtivo de bebidas em colaboração com a Casa da Moeda e outros atores institucionais relevantes.
Este embate judicial ainda está em aberto, aguardando uma decisão do STF sobre o pedido de liminar da AGU.
Colaboração de Sabrina Craide
Os desdobramentos deste caso certamente serão acompanhados de perto por setores regulatórios e fiscais, além de impactar diretamente a indústria de bebidas do país.
Receita quer anular decisão do TCU sobre sistema que controla bebidas
Fonte: Agencia Brasil.
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