Artesanato e Inteligência Artificial: Uma Parceria Possível na Feira Rio Artes 2025
Rio de Janeiro, 09 de abril de 2025 – No coração do Rio de Janeiro, na movimentada Feira Rio Artes 2025, artesãos de diversas partes do estado se reúnem no Centro de Convenções Expomag para discutir os caminhos da economia criativa e o impacto da tecnologia no artesanato. Contrariando o medo de que a inteligência artificial (IA) possa usurpar empregos, muitos veem na IA uma aliada para impulsionar a criatividade humana.
Criatividade Insuperável
“Andréia Pugliese e Cátia Benigno, artesãs experientes, expressam um otimismo contagiante em relação ao futuro do artesanato mesmo na era digital. Pugliese, especialista em laços e pintura em couro, declara: “A criatividade humana é insuperável. O artesanato está sempre se reinventando." Enquanto isso, Benigno, que trabalha com biscuit e pintura em tecido, enxerga a IA como complemento: “Ela veio para somar, não para substituir nossa criatividade,” ela explica.
Dados e Perspectivas
Um levantamento do Observatório Nacional da Indústria, vinculado à Confederação Nacional da Indústria (CNI), revela que a economia criativa, que engloba desde artesanato até tecnologia da informação, contribui com 3,11% do Produto Interno Bruto (PIB) em 2023. O setor, que empregava cerca de 7,4 milhões de pessoas no final de 2022, tem previsão de crescimento para 8,4 milhões até 2030.
A Feira como Catalisadora de Valor
Sob a coordenação de Roberto Santos, a Feira Rio Artes representa um epicentro de valorização e capacitação. “Mostramos aos artesãos como agregar valor ao seu trabalho – desde a compra de insumos até as técnicas de precificação,” explica Santos, que também rejeita a ideia de que IA possa substituir a habilidade manual do artesão.
Contribuições Institucionais e Legislação em Progresso
A feira também destaca a participação de entidades como a Secretaria Estadual de Cultura e Economia Criativa, Sesc, Senac, e Sebrae. Além disso, tramita no Congresso Nacional o Projeto de Lei 2.732/2022, que visa instituir a Política Nacional de Desenvolvimento da Economia Criativa, prometendo ainda mais apoio e infraestrutura para o setor.
Artesanato e Meio Ambiente
Representando a Federação do Artesanato do Rio de Janeiro (Faerj), Cintia Miller sublinha o papel ambiental do artesanato. “Trabalhamos com o que seria descartado. Tudo é matéria-prima”, diz ela ao lado de produtos que exemplificam a reutilização criativa, como barcos feitos de madeira reutilizada e bolsas de câmara de ar recicladas.
Visão para o Futuro
Neste cenário de diálogo entre tradição e inovação, a Feira Rio Artes 2025 se mostra não apenas como um evento de negócios, mas como um ponto de encontro para a sustentabilidade e futuro do trabalho criativo. Entre as exposições e discussões, fica evidente que, embora a tecnologia avance rapidamente, o toque humano e o espírito criativo continuam sendo indispensáveis no artesanato.
Crédito das Imagens
Fotos por Tânia Rêgo/Agência Brasil.
Economia criativa mira crescimento e contraponto à IA
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