Argentina Enfrenta Greve Geral em Protesto Contra Políticas de Ajuste Fiscal do Governo Milei
Buenos Aires, Argentina – A Argentina está testemunhando o início de uma greve geral organizada pelas principais centrais sindicais do país, marcada para começar à meia-noite de quinta-feira. A mobilização, que já iniciou com protestos nesta quarta-feira em frente ao Congresso Nacional, objetiva expressar o descontentamento com as políticas de ajuste fiscal implementadas pelo presidente Javier Milei.
As entidades sindicais, que incluem a Confederação Geral do Trabalho (CGT), a Central de Trabalhadores da Argentina Autônoma (CTA-A) e a Central de Trabalhadores e Trabalhadoras da Argentina (CTA-T), coordenam a paralisação que se coloca como a terceira convocada em unidade pelas três centrais. Esta greve também é um protesto contra o recente acordo de Milei com o Fundo Monetário Internacional (FMI) para um novo empréstimo de US$ 20 bilhões, cuja aprovação está pendente e será discutida em breve pelo Conselho Executivo do FMI.
O FMI, em seu comunicado, mentionou que o acordo é baseado no “impressionante progresso inicial das autoridades na estabilização da economia” e visa apoiar a “próxima fase da agenda nacional de estabilização e reformas da Argentina”.
Entre as principais reivindicações dos manifestantes encontram-se melhores condições salariais, proteção aos direitos dos aposentados, a defesa da indústria nacional, a retomada de obras públicas, a criação de um plano nacional de emprego e a cessação da repressão a manifestações sociais pelo governo federal. Segundo os organizadores, a manifestação desta quarta-feira é apenas um “prelúdio da greve geral” onde a classe trabalhadora expressará sua oposição às políticas em vigor.
Durante uma entrevista coletiva em Buenos Aires, o secretário-geral da CTA Autônoma, Hugo “Cachorro” Godoy, declarou que a mobilização massiva visa “pôr freio a essa política governamental que leva a riqueza gerada pelos trabalhadores e trabalhadoras com golpes liderados pelo próprio presidente Milei.”
Nas redes sociais, o presidente argentino Javier Milei divulgou uma declaração do ministro da Desregulação e Transformação do Estado, Federico Adolfo Sturzenegger, descrevendo a greve como “uma tentativa de extorsão” que não afetaria os objetivos do governo.
O clima no país é de tensão, enquanto a população aguarda a resolução tanto das manifestações quanto da reunião do Conselho Executivo do FMI sobre o novo acordo de financiamento proposto. As decisões tomadas nos próximos dias poderão ter implicações significativas para a trajetória econômica e social do país.
Centrais sindicais argentinas preparam greve geral de 24 horas
Economia