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Mulheres usam bordados para denunciar violações de direitos

Mulheres Atingidas por Barragens Bordam Direitos em Exposição no Masp

São Paulo (SP) – Uma nova exposição iniciada este mês no Museu de Arte de São Paulo (Masp) traz uma coleção de 34 arpilleras, uma expressiva forma de arte têxtil e política originária do Chile, produzidas por mulheres do Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB). Intitulada "Mulheres Atingidas por Barragens: bordando direitos", a mostra faz parte do tema "Histórias da Ecologia" que o museu explora este ano e ficará em cartaz até o final do mês de junho.

As arpilleras expostas não são apenas obras de arte, mas fortes manifestações contra as violações de direitos humanos e socioambientais provocadas pela construção e operação de barragens no Brasil. Isabella Rjeille, uma das curadoras da exposição, explicou que os bordados representam mais do que simples peças artísticas: "São testemunhos têxteis do ambiente social, surgindo como uma forma de registro e protesto durante a ditadura de Augusto Pinochet no Chile."

O Surgimento das Arpilleras no Brasil

Desde 2013, o MAB tem promovido oficinas em todo o país, ensinando essa técnica poderosa. Iandria Ferreira, da coordenação nacional do MAB, compartilhou que a adesão ao uso dessa linguagem artística veio após uma oficina na Argentina. "Já realizamos mais de 200 oficinas em todas as regiões do país", acrescentou ela.

Caroline Mota, da coordenação do MAB em São Paulo, detalhou o processo coletivo de criação das peças: "Cada arpillera é elaborada em grupos de ao menos cinco mulheres. Começamos discutindo temas relevantes como as mudanças climáticas, a violência sexual, e depois expressamos essas discussões nos bordados."

Temas e Denúncias

As arpilleras em exibição não somente retratam as tragédias de Mariana e Brumadinho, mas também abordam temas como reforma trabalhista, especulação imobiliária, insegurança alimentar e os impactos da pandemia da covid-19. "São peças que denunciam o modelo energético e o sistema capitalista e patriarcal que impactam diretamente essas mulheres", explicou Iandria.

A exposição também incorpora testemunhos escritos, com cada peça acompanhada por uma carta, muitas vezes elaborada coletivamente, que amplia a voz dessas mulheres atingidas. "Essas cartas são um grito que busca alcançar todo o Brasil e até mesmo audiências internacionais", disse a curadora.

Participação do Público

Além de contemplar as obras, os visitantes terão a oportunidade de participar de uma oficina de arpilleras no dia 27 de abril, conduzida pelo MAB, proporcionando uma vivência direta com essa forma de arte e engajamento.

Informações Úteis

O Masp oferece entrada gratuita às terças-feiras e nas noites de sexta, a partir das 18h. É necessário realizar um agendamento prévio para visitação, que pode ser feito através do site oficial do museu. Para mais informações sobre a exposição e outras programações, visite o site do MASP.

Créditos das Fotos

Foto da Exposição: Mulheres Atingidas por Barragens/Masp, capturada por Eduardo Ortega.

Mulheres mostram trabalhos que denunciam violações de direitos humanos

Agência Brasil

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