Observadores Internacionais Refutam Acusações de Fraude nas Eleições do Equador
No último processo eleitoral equatoriano, que reconduziu o presidente Daniel Noboa ao poder, as missões de observação eleitoral da União Europeia (UE) e da Organização dos Estados Americanos (OEA) desmentiram as afirmações de fraude feitas pela oposição. De acordo com os informes preliminares divulgados nesta quarta-feira (15), as eleições foram conduzidas normalmente, apesar de algumas críticas relativas ao uso de recursos públicos e desequilíbrios na campanha.
A União Europeia destacou que a eleição foi "transparente e bem organizada", refutando as narrativas de fraude. A missão contou com 104 observadores que acompanharam o pleito sem maiores restrições, garantindo a integridade do processo. No entanto, a missão apontou que a não licença do cargo pelo presidente Noboa, contrariando a legislação local, trouxe desequilíbrios competitivos.
Por outro lado, a missão da OEA expressou preocupação com o "uso indevido de recursos públicos e do aparato estatal com fins proselitistas". Embora esse fato tenha chamado a atenção, a organização reconheceu a clareza da população ao escolher seu líder e elogiou a atuação técnica do Conselho Nacional Eleitoral (CNE) do Equador.
Ambas as missões criticaram o Estado de Exceção decretado um dia antes do pleito. Esse decreto, que incluía suspendimento de direitos como a inviolabilidade do domicílio e restrições ao direito de reunião, foi visto como uma tentativa de influenciar o resultado eleitoral.
A oposição equatoriana, comandada por Luísa González da Revolução Cidadã, não reconhece o resultado e promete recorrer. Alega-se falta de assinaturas em atas eleitorais e discrepâncias entre pesquisas e os resultados oficiais. A mudança de locais de votação e o clima de insegurança exacerbado pelo Estado de Exceção são vistos como tentativas de manipulação.
Diana Atamaint, presidente do CNE, defendeu a transparência e integridade do processo eleitoral, destacando que o pleito transcorreu pacificamente e que os resultados refletem a vontade popular. O processo de votação no Equador ainda é realizado de forma manual, com contagens e registros locais que posteriormente são enviados ao CNE para a totalização final.
A União Europeia também reportou campanhas de desinformação em redes sociais, enfatizando a dificuldade de monitorar essas ações devido à falta de mecanismos de verificação efetivos.
Enquanto países como o Brasil reconhecem a reeleição de Noboa, a Colômbia e seu presidente Gustavo Petro manifestaram preocupação, questionando a liberdade do processo eleitoral sob um Estado de Exceção.
As conclusões finais das missões de observação ainda estão pendentes, mas os informes preliminares são um indicativo importante para entender a dinâmica da eleição equatoriana e o estado da democracia no país. As críticas e observações internacionais serão fundamentais para o futuro político e para possíveis reformas eleitorais no Equador.
Observadores internacionais descartam fraude em eleição no Equador
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